Como montagem de uma cena de natureza morta, a performance denuncia o ataque da empresa Vale na vila de Brumadinho, em Minas Gerais, Brasil, em janeiro de 2019. Uma barragem de resíduos de mineração de ferro se rompeu e uma enorme quantidade de lama tóxica correu ao longo da região e do rio Paraopeba. Mais de 300 pessoas foram mortas; um rio morreu, todos os animais morreram. A mídia diz “acidente”: tal designação poderia se dar apenas entre aspas, pois foi um atentado à população que não vê nenhum retorno social da exploração de suas terras tão ricas. Não é a primeira vez que vemos esse tipo de negligência no Brasil. Nossas montanhas são buracos, nossos rios, cada vez mais, lama. Após a performance, os objetos restantes foram instalados na galeria para exposição. Com o passar do tempo, a lama secou e os peixes foram gradualmente liberando um odor de putrefação.

[performance e instalação, 20'. Registro em vídeo contemplado pelo prêmio Funarte Respirarte 2020. Exposição "59 Rivoli Expo Collective” (2019, 59 Rivoli, Paris, França).]

FICHA TÉCNICA

Performance: Marina RB

Câmera : Ana Pi

Edição: Sérgio Lima e Menderson Nzangeby